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  • ONGs precisariam ser expurgadas do território brasileiro

    As ONGs no Brasil são regulamentadas de acordo com a Lei nº 13.204,14 de dezembro de 2015. De acordo com Art. 1º:

    Esta Lei institui normas gerais para as parcerias entre a administração pública e organizações da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco, mediante a execução de atividades ou de projetos previamente estabelecidos em planos de trabalho inseridos em termos de colaboração, em termos de fomento ou em acordos de cooperação.

    A lei sancionada por Dilma demonstra que a esquerda pequeno-burguesa assume amplamente um dos elementos fundamentais do capitalismo, a superestrutura do próprio imperialismo como elemento central da conciliação de classes. Regulamentadas as ONGs já são, então que fazer? Seguir o exemplo da Venezuela e da Rússia, que expulsaram todas as ONGs, que regulamentadas ou não, produzem ideologia que atendem aos interesses do imperialismo. Além de cumprirem a função de utilizar um exército de mão de obra de classe média, que querem ascender na vida, ao mesmo tempo amenizarem seus sentimentos de culpa social, ingressam nesses centros de lavagem cerebral. Essas instituições também promovem filantropia para evitar insurgências fora do controle dos bilionários.

    Após 7 anos de destruição no Brasil promovida pelo golpe de Estado, o governo de conciliação colocou onguistas em ministérios chave para a nova ideologia imperialista, o identitarismo. No governo há mais membros ligados direta ou indiretamente à ONGs que sindicalistas. Sem contar na área econômica, membros de instituições ligadas à Wall Street, como é o caso do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI), um think tank de carne e osso com o imperialismo, assim como a Fundação Getúlio Vargas e Insper.

    As universidades brasileiras vão sendo sucateadas não somente pela falta de investimento, mas pelo domínio ideológico das fundações, ONGs e think tanks que se entronizam diretamente a partir de livros da Boitempo, que já foi financiada pela Fundação Ford, até por apoio direto da maquinaria Poder Brando dos Estados Unidos. A intelectualidade atual definha perante a falta de filtro e o crescimento das atividades burocráticas por falta de funcionários.

    Nesse cenário youtubers faixa branca falam aos jovens, deturpando a luta contra o regime político, também sendo financiados pelas mesmas ONGs. O mesmo se passa pela imprensa progressista, que atuam com ONGs que escondem em seus sites a origem imperialista de seu dinheiro, como institutos de advogados que atuaram na defesa de Lula. Com isso, também é notório que o governo está sequestrado por grupo de advogados, ONGs imperialistas, entre as mais nocivas a Human Right Watch e Open Society Foundation. No Itamaraty não é diferente, as relações diretas são com Washington. Mauro Vieira fez carreira nos Estados Unidos com relações diretas com o Atlantic Council, think tank de políticas de guerra psicológica e assessoria de guerra convencional.

    É possível governar sem ONGs?

    Sim, é possível, e demandaria vontade política. Contudo, os partidos de esquerda pequeno-burguesa em nas ONGs suas fontes de renda e poder. Todos em Brasília sabem que a prestação de contas é extremamente difícil e que essa anomalia sistêmica existe para dispersar recursos que não podem entrar na contabilidade tributária.

    Ontem (29) a Forbes publicou a seguinte matéria “Bilionários que mais doaram suas fortunas em 2022”. No olho da matéria a seguinte afirmação “Os bilionários mais generosos dos EUA distribuíram mais dinheiro em 2022 do que em cada um dos dois anos anteriores”. De acordo com a matéria:

    Em um ano em que tanto o mercado de ações norte-americano quanto as fortunas bilionárias despencaram, as doações de caridade feitas pelos bilionários mais generosos do país seguiram na direção oposta. Os 25 maiores doadores dos EUA doaram US$ 196 bilhões (R$ 1 trilhão) ao longo de suas vidas até o final de 2022, de acordo com estimativas da Forbes […] Dezesseis deles assinaram o The Giving Pledge (organização filantrópica fundada em 2010 por Bill Gates, Melinda Gates e Warren Buffett, prometendo doar pelo menos metade de sua fortuna durante a vida ou após sua morte). A maioria tem um longo caminho a percorrer antes de atingir esse objetivo. Três já chegaram lá: Chuck Feeney, T. Denny Sanford e George Soros. (Soros não assinou o Giving Pledge, mas doou mais da metade de sua fortuna).

    Por quê doar metade da fortuna? Além da questão fiscal, ONGs também acabam servindo como uma forma de colocar o dinheiro em instituições que capitalizam com mudanças de regime, promoção de guerra psicológica contra os países, guerra convencional e o retorno vem nos investimentos especulativos nas indústrias bélicas, indústria de tecnologia e inteligência artificial e na tomada de petróleo, utilizando o terrorismo ambiental na tática do “terror do aquecimento global” e a fábula de promover energias renováveis. No caos, as ações dos bilionários se multiplicam, além da fortuna declarada nunca ser a fortuna real.

    Uma lei de regulamentação não é suficiente para um governo dos trabalhadores governar de fato, será sempre um governo burguês, distanciado de movimentos sociais e sindicatos, que por sinal, muitos usufruem de financiamento de ONGs imperialistas, robustecendo a burocracia sindical. A política revolucionária precisa construir um aparato ideológico que seja suficiente para desmoralizar a superestrutura que atualmente conta com ONGs com tecnologia 100 mil vez mais poderosa que os Rockefeller no início dessa história.

    A Articulação dos Povos Indígenas (APIB), com articulação real com fundações imperialistas, tem figurado na imprensa como detentora dos dados sobre indígenas, que deveriam estar nas mãos do Estado somente. Se institutos precisarem dos dados, acessem o sistema de acesso à informação, e nem todos os dados podem ser revelados, pois a espionagem territorial é uma das principais funções da ONGs. Movimentos sociais como o MST, tem base social popular, mas parte de seus elementos estão entranhados nas ONGs, inclusive funcionam com think tank, em uma ideologia oposta àquela do “Ocupar, Produzir, Resistir”. O MST está preocupado com seus sócios na B3-Ibovespa.

    O cenário para a esquerda é tenebroso, mas é plenamente possível romper com as ONGs, transferir dinheiro para políticas públicas em diversas escalas territoriais com a formação de Conselhos Populares e fomento em instituições públicas, com orçamento que não engesse uma burocracia também nefasta.

    Governar com ONGs é pior que a conciliação de classes pura e simples

    O maior partido de esquerda do Brasil, criado durante a “abertura lenta, gradual e segura”, é produto da conciliação e da conflagração guerrilheira que se espalhava no Brasil, não somente pela evolução do movimento sindical e greves no ABC. Embora entre os quadros do PT estivesse revolucionários, o desenvolvimento histórico capturou o partido para a conciliação e tendência ao frente amplismo, até mesmo o oportunismo, infiltração e até entrada de políticos de direita. Se no PT existe um nacionalismo representado no lulismo, também há amplas tendências sociais-democratas ao modo do imperialismo, ou seja, da restauração neoliberal, das privatizações e das políticas repressivas como o ensaio “antiterror” que vimos até aqui.

    Além do Patriot Act tropical, a Fazenda fala em ajustes fiscais não em geração de emprego, o Ministério do Trabalho à reboque de sindicatos paralisados, ONGs fazendo políticas de manutenção da pobreza indígena. Na cúpula da Celac, apontamento para alinhamento à OCDE e União Europeia e silêncio sobre os Brics, maior parceiro real para políticas de enfrentamento da exploração do imperialismo. Ainda na Celac, Dina Boluarte (Peru) foi tratada como democrata, exceto por México, Honduras e Venezuela (que não teve a presença de Maduro, que já sabia da pauta). As ONGs, com ideologia pró-imperialista cobriram e fiscalizaram o evento, a fim de explorar e observar qualquer tentativa mais nacionalista por parte dos governos.

    Nesse cenário, caberia ao governo rechaçar primeiramente a participação de ONGs em seu governo, em segundo lugar, criar mecanismos por meio de Medidas Provisórias e decretos que visassem dificultar o trabalho de sabotagem nacional implementada por essas instituições terroristas ligadas à CIA. Em terceiro lugar, politizar a esquerda no sentido de constranger politicamente quem trabalhe em ONGs, pari passu constituindo investimentos públicos para evitar que a pobreza, a fome, a miséria, a religião e a economia não sejam instrumentos políticos para exploração do imperialismo.

    Em cenário de inflação global e uma terceira guerra mundial que já iniciou com a declaração dos Estados Unidos e Alemanha contra a Rússia e os atentados israelenses ao Irã, com a montagem de múltiplos cenários, como o terror em Taiwan contra a China e o início de tentativa de revolução colorida contra Narenda Modi (Índia).

    O caminho dos países do chamado “sul global” deve ser da orientação em torno de um bloco de cooperação e enfrentamento. Claro, algo já tentado e difícil implantação, mas o Brasil do século XXI sempre teve essa capacidade de reunir países em torno de uma política externa mais arrojada, como nos casos da defesa de Evo Morales (no confisco da Petrobras), de Fernando Lugo (no golpe contra o Paraguai), no asilo à Zelaya (no golpe em Honduras, dando-lhe asilo), na cooperação com o Irã no enriquecimento de urânio, no asilo à Cesari Batisti.

    As ONGs, em conluio com a imprensa capitalista, cria a democracia ao modo imperialista, ou seja, por grau de alinhamento e atendimento das demandas dos Estados Unidos. O Brasil não sofre sanções devido ao grau de alinhamento de primeiro nível. Em termos de ONGs, somente na Amazônia existem mais de 15 mil ONGs atuando, mais do que os 14 mil ianomâmis que estão na miséria.

    Se um governo nacionalista decidir ocupar o “território ianomâmi” com uma estatal para extrair minérios de forma soberana, e até mesmo usinas siderúrgicas na fronteira, a fim de proteger as riquezas e dar aos índios dignidade, as ONGs já tem toda uma política formada inclusive para caluniar e dar golpes no governo. Foi assim que Sonia Guajajara se projetou ao mundo, atacando Dilma Rousseff pela construção da Usina Belo Monte, que teve seu projeto sacrificado para atender aos interesses do imperialismo, que é castrar o desenvolvimento nacional.

    Por isso a caracterização das ambiguidades e contradições do governo permite com que se enfrente um “pensamento nacional” quase consolidado do ponto de vista ambiental. Não se pode sequer propor uma forma de desenvolvimento que tenha como eixo central a ocupação soberana e, por enquanto, estatal dos territórios em disputa pelo imperialismo, que até esse momento se impõe ao governo, que não tem se preocupado com questões internacionais, como o caso dos conflitos internacionais supramencionados (se o governo não se atentar para a evolução da guerra mundial, será pego de “calças curtas”).

    A liderança nacional precisa dizer o que pensa, politizar sua base para o enfrentamento do embate do século, o identitarismo como ópio utilizado pelas ONGs para inviabilizar o desenvolvimento nacional e favorecer a atuação de piratas ideológicos e do roubo das riquezas do Brasil. O nacionalismo reverterá em amplo apoio das massas, que rejeita completamente o identitarismo. Isso é urgente, antes que seja tarde, e isso se incuta nas estratégias da extrema-direita, que já vê uma forma de produzir Michele Bolsonaro como presidenta fantoche de um regime político que não atuará para os trabalhadores. Temos uma chance agora de mudar isso, mas os burocratas parlamentares, juntamente com grupo de advogados e juristas “pela democracia” e ONGs estão usufruindo das benesses do Estado. É necessário dar um basta a todo identitarismo e onguismo.

  • O Pravy Sektor e o apoio da esquerda

    O Pravy Sektor é uma milícia atuante junto ao Estado, ao contrário do que dizem os especialistas do PSOL e da Globo

    Breve histórico do nazista Pravy Sektor

    O Pravy Sektor (Setor Direito) é uma coalizão de partidos e organizações de extrema-direita da Ucrânia e que governa o país na prática, com células em praticamente todos os países do leste europeu. Essa associação se organiza a partir dos fundamentos ideológicos de diversos colaboradores históricos de Hitler, como é o caso do Stepan Bandera, na Ucrânia. O Pravy Sektor foi o vencedor entre aqueles que se oportunizaram do golpe do imperialismo de 2014, e assumiram o papel de “guarda pretoriana” do regime político ditatorial e neonazista da Ucrânia.

    Atualmente, após o golpe que também foi constitucional, o Pravy Sektor se institucionalizou, muito embora ainda haja dúvidas se se trata de um regime neonazista e afirmamos que sim, é um regime neonazista alinhado aos interesses do imperialismo, organizado de modo a camuflar apenas o “anti-semitismo”, a fim de obter auxílio financeiro de todo o sistema de Wall Street, Vale do Silício, União Europeia e burguesia pró-imperialismo no mundo. Como a Rússia é o principal obstáculo ao imperialismo, a Ucrânia é a vedete que ataca o povo russo sistematicamente desde o Euromaidan, de 2014, um golpe ao modelo de Revolução Colorida.

    30 anos de nazistas legalizados na Ucrânia

    Após o colapso da União Soviética, a Ucrânia, após os países do Báltico, foi um dos primeiros países a declarar independência com amplo apoio nesses países. Já em 1991 foi formado o Svoboda ou “Partido Social-Nacional da Ucrânia (SNPU)”, atualmente chamado de “União Pan-Ucraniana “Svoboda”, partido anticomunista e um dos pais do Pravy Sektor. Do Svoboda nasceram vários filhotes, além do Pravy Sektor, que atuam conjuntamente na Rada ou Parlamento Ucraniano: Servo do Povo (Partido do Presidente Zelensky, o caçula formado em 2018); o Solidariedade Europeia de Petro Poroshenko, ex-Presidente e um dos organizadores do Golpe de 2014; O União Nacional Ucraniana, do miliciano Оleg Goltvyansky, que chegou a ser preso enquanto parlamentar eleito; o União Pan-Ucraniana “Pátria” de Yulia Timochenko (que perdeu as eleições para Viktor Yanukovych, natural de Donestsk, do extinto Party of Regions. Timochenko impulsionou a oposição e era a lobista da energia e maior articuladora da Ucrânia fazer parte da União Europeia). Com o golpe de 2014, os partidos de esquerda foram colocados na ilegalidade.

    Apesar da Presidência da Ucrânia estar ocupada pelo partido Servo do Povo, com ampla maioria na Rada, o Pravy Sektor, já legalizado por intermédio de Dmytro Yarosh, um neonazista também fundador do “Trizuv” (Tridente), decisivo para o Golpe Neonazista na Ucrânia, durante o Euromaidan, cresce a cada dia.

    Em 2010, o também “oligarca”, mas pró-Rússia, Viktor Yanucovich venceu o pleito contra Yulia Timochenko, mas não conseguiu governar, pois colocou fim ao ciclo da Revolução Laranja de 2004, uma revolução de características protofascistas e neoliberal. Entre 2004 e 2010, grupos neonazistas se proliferavam na Ucrânia, enquanto a burguesia (“oligarquias”) reinavam juntamente com os Estados Unidos, que utilizava o país como instrumento de pressão, assim como proposto por Zgniew Brzezinski, homem do NED e da “teoria da contenção”, tributária de Nicholas Spykman.

    Putin e o combate ao Pravy Sektor na Rússia

    Enquanto a Ucrânia cultivava seus nazistas de estimação no Leste europeu, o governo russo combatia essas organizações em seu próprio território, além de auxiliar russos étnicos oprimidos em países como a Geórgia, Ucrânia, e insurgências da extrema-direita na Chechênia, Daguestão, auxílio aos ossetas do sul, no protetorado da Transnítria entre outras situações, incluindo ajuda militar à barbaridade norte-americana sionista na Síria, aliado histórico da Rússia.

    Na Federação Russa, o Pravy Sektor é reconhecido como uma organização terrorista (decisão da Suprema Corte da Federação Russa de 17 de novembro de 2014), tendo suas atividades proibidas, após o Euromaidan, que também criou, além do “Trident” outros monstros, tais como os “Patriotas da Ucrânia”, o “White Hammer” formados durante os protestos em Kiev (dezembro de 2013 a fevereiro de 2014). 

    Oficialmente, o Pravy Sector se posiciona como um movimento de “libertação nacional”. Contudo, o principal objetivo é criar o “Estado do Conselho Independente Ucraniano”. As principais tarefas são neutralizar o “sistema clã-oligárquico” no território da Ucrânia e neutralizar a “agressão russa” na Crimeia e no território de Donbass. 

    O Pravy Sector ficou famoso em 1º de dezembro de 2013, após confrontos com tropas internas e unidades especiais do Ministério dos Assuntos Internos da Ucrânia, guardando o prédio da Administração Presidencial, bem como na apreensão de vários edifícios administrativos, incluindo a Casa dos Sindicatos de Odessa. 

    O Pravy Sektor e sua relação com a CIA

    Crimeia – Conselho Supremo proibiu a atividade de pró-fascistas e Neo-Nazista, partidos políticos e organizações públicas, incluindo o Setor Direito.

    Essa coalizão de partidos e organizações de extrema-direita nazistas foram supervisionadas pelo ex-chefe da SBU Valentin Nalyvaichenko, que tinha laços estreitos com a CIA. Posteriormente, enquanto parlamentar eleito em 2019, passou ao processo sistemático para legalização de mais organizações de extrema-direita, com financiamento de canais diplomáticos na Embaixada dos EUA em Kiev.

    Durante o Euromaidan, Valentin Nalyvaichenko, era um dos responsáveis pelos pagamentos aos combatentes, que atingiam de 200 a 500 dólares por dia. Já os coordenadores dos movimentos receberam cerca de 2.000 dólares por dia de tumultos em massa. A Organização possui atualmente três alas: militar, política e juventude em virtude do dinheiro vindo principalmente dos Estados Unidos.

    Antes de se formar como Partido para entrar em disputas nas próximas eleições, em 22 de março de 2014, em um congresso fechado em Kiev, decidiu-se transformar o “Pravy Sektor” em um partido político na base jurídica do Partido “Assembleia Nacional Ucraniana” , sendo posteriormente renomeado. Atualmente, o presidente do partido é Andriy Tarasenko, recebendo financiamento inclusive por parte do ex-presidente da Ucrânia Petro Poroshenko.

    Após a eleição de Poroshenko, o Pravy Sektor prometeu apoiar plenamente todas as suas ações para unir e preservar a Ucrânia, para restaurar a ordem no leste da Ucrânia. Para isso, o PS declarou sua prontidão para mobilizar mais de 5 mil pessoas, caso sejam garantidos apoio, armas e total cooperação com todas as estruturas estaduais do país.

    Em 16 de julho de 2014Dmytro Yarosh anunciou a criação de um “Corpo Voluntário Ucraniano” com base no bloco de poder do Setor Direito para conduzir hostilidades nos Donbass e devolver a Crimeia sob a jurisdição da Ucrânia. Desde então, o PS tem se posicionado como um movimento nacional-militar e participou ativamente da chamada operação antiterrorista nos Donbass.

    O movimento não legalizou suas atividades e se integrou às agências estaduais e policiais, o que levou a uma mudança acentuada em sua atitude em relação à liderança da Ucrânia. A propósito, em 28 de dezembro de 2015, o próprio deputado Yarosh anunciou sua retirada do movimento nacionalista “Setor Direito” e começou a construir seus próprios projetos – a organização paramilitar “Exército Voluntário Ucraniano” e o partido político “Iniciativa de Estado de Yarosh”.

    Estrutura do “Corpo Voluntário Ucraniano” – DUK

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    O chefe do DUK é Andriy Stempitsky, cujo passa tempo é bombardear símbolos e estátuas soviéticas.

    A estrutura básica do DUK foi formada em 2014-2015 para ser a linha adjacente da OTAN nas hostilidades ao Donbass. No entanto, depois que a liderança do país aumentou a pressão sobre vários grupos armados ilegais com a proposta de se legalizar como parte das forças de segurança, as unidades de combate foram, na verdade, reduzidas a um grupo tático de batalhão, e batalhões de reserva para cada região foram reorganizados em centenas.

    As unidades de combate do DUK-PS estão estruturadas e projetadas para realizar missões táticas individuais de combate na “zona frontal”, bem como para realizar sabotagens e atos terroristas em toda a Ucrânia e no exterior. Em 2020, eles organizaram um grupo tático do batalhão, cujos membros fazem viagens periódicas à zona de conflito nos Donbass, à frente da zona de tampão dos Acordos de Minsk.

    Centro de Aprendizagem “Kholodny Yar” foi formado para treinar voluntários e mobilizá-los para as unidades DUK. As tarefas do centro incluem fornecer aos candidatos voluntários conhecimentos e habilidades militares básicas, determinando sua adequação para assuntos militares nas fileiras do DUK; treinamento de lutadores da reserva centenas de DUK; preparação e aperfeiçoamento do programa de treinamento.

    As unidades operacionais do DUK/PS são projetadas para realizar certas tarefas operacionais e táticas como parte de pequenos grupos móveis de sabotagem e reconhecimento nas áreas mais importantes, incluindo na zona de combate no Donbass, na área da fronteira estadual entre o Distrito Federal da Crimeia da Federação Russa e a região de Kherson da Ucrânia e diretamente no território do Distrito Federal da Crimeia da Federação Russa.

    Até o momento, as principais unidades operacionais do DUK/PS são:

    • “Chongarskie Beavers” – projetada para executar tarefas de reconhecimento em toda a Ucrânia, exceto pela “zona frontal”;
    • “Os cem da Crimeia” DUK/PS foi criado para aumentar a prontidão de combate do DUK/PS na área da fronteira estadual entre o Distrito Federal da Crimeia da Federação Russa e a região de Kherson da Ucrânia.

    Vale ressaltar que os “Cem da Crimeia” são acompanhados principalmente por representantes do grupo étnico tártaro da Crimeia e promove ativamente a adesão à organização “Setor Direito” entre a população civil da Ucrânia e o Distrito Federal da Crimeia da Federação Russa.

    A principal tarefa dos “Castores Chongar”, “Cem da Criméia” e “Cem da Reserva” na região de Kherson, na fronteira com a República da Criméia, é impor concorrência às unidades paramilitares dos Tártaros da Crimeia, “Asker” e “Batalhão Noman Çelebicihan”, em medidas para redistribuir esferas de influência e exercer pressão física e psicológica sobre a população local. Para isso, uma chamada “base de reconhecimento” foi estabelecida no território ocupado ilegalmente na periferia sudoeste da vila de Chongar.

    A esfera de interesses criminais inclui o controle sobre as empresas agrícolas e a extração de recursos biológicos nos territórios dos distritos de Chongar e Genichesk. No final de 2017, devido à redistribuição das esferas de influência, houve um conflito com representantes do “Mejlis do Povo Tártaro da Criméia”3 *, que mais tarde foi resolvido com a intervenção do comandante do “Corpo Voluntário Ucraniano” Andrei Stempitsky.

    Reservas DUK/PS têm as tarefas das unidades de defesa territorial, mas na verdade são “filiais regionais” da organização para recrutamento e treinamento de recrutas.

    Grupos de iniciativa para a criação de reservas são as unidades estruturais iniciais. Os comandantes dos grupos de iniciativa são encarregados de selecionar e aumentar o número de funcionários, bem como as tarefas de apoio logístico para as centenas que estão sendo criadas. Sabe-se sobre duas dessas centenas – nas regiões de Vinnytsia e Odessa.

    Por que a esquerda brasileira apoia o nazismo na Ucrânia?

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    O esquerdismo brasileiro criou a folha de parreira chamada “conflito interimperialista”. Confundem a Rússia, um país exportador de commodities, com sanções impostas há 20 anos pelos Estados Unidos e G7, com presença quase proibida de atuação de suas grandes indústrias em países capachos, entre outras situações que demarcam a Rússia como país atrasado.

    A Rússia, definitivamente não é “imperialista”, além de ser vítima de propaganda vil por parte dos Estados Unidos e países aliados, utilizando-se de todo aparato de softpower (imprensa, think tanks e ONGs) e hardpower (OTAN e maquinaria de guerra como equipamentos, exércitos e bases militares). O fato da Rússia possuir um grande território não a faz um país imperialista. Se assim fosse, o Brasil seria o quinto país mais “imperialista” do mundo.

    Dizer que Putin é de extrema-direita não passa de uma trampa identitária, pois o Presidente da Rússia além de estar combatendo milícias como o Pravy Sektor e Batalhão Azov (que analisaremos na semana que vem), também mantém a tradição do Dia da Vitória na Guerra Patriótica, mantendo relações relativamente cordiais inclusive com o Partido Comunista da Federação Russa em questões ligadas à política contra a OTAN entre outras.

    Por fim, a esquerda brasileira, que cai ou que reproduz o conto identitário do imperialismo, não compreende que o Donbass é Rússia e, portanto, Putin, Lavrov, com o apoio de Zyuganov, Presidente do PCFR, avançou linhas para contra-atacar e desnazificar a Ucrânia, país que a 30 anos sofre do mal do nazismo, e que a esquerda brasileira, por desorientação, ou mesmo financiada por ONGs imperialistas, como é o caso de membros do PSOL, não quer entender por birra ou mesmo por falta do hábito estudar política externa.

    Nós, do PCO, convocamos a todos que estão na linha de frente contra o imperialismo, para defender a Rússia, pois a esquerda pró-imperialismo como PSOL e seu sistema solar (os puxadinhos do PSOL como UP e PCB), além do clássico PSTU, estarão sempre a favor dos Estados Unidos contra o povo dos países oprimidos. A Ucrânia é um país oprimido também, porém, para que seja independente, precisará se livrar do neonazismo, porém, a esquerda brasileira, e grande parte da esquerda internacional, não compreende essa questão, traçando falso paralelo entre Putin e o regime de Kiev, que tem sim, no imperialismo, no Pravy Sector e no Batalhão Azov, a linha de frente do neonazismo e colaboração com a OTAN.

    Originalmente publicado em https://causaoperaria.org.br/2022/o-pravy-sektor-e-o-apoio-da-esquerda/, publicado em 02/03/2022

  • A CIA e os ianomâmis

    Por que, CIA?

    No momento, a ordem amazônica foi restaurada, a joia da coroa do projeto do imperialismo norte-americano voltou a pertencer aos interesses internacionais, a partir da financeirização da floresta. A frente amplíssima que governa o Brasil aos poucos vai organizando o terreno para que um governo pró-imperialista. Lula, sem saber, promoveu um dos maiores atos em favor da tomada da Amazônia, sem que ela seja efetivamente colonizada por um novo “povo estrangeiro” que traga elementos da burocracia, armas e novos cultivares.  

    O ato em favor do imperialismo foi o socorro aos ianomâmis em Roraima. Explico: é evidente que a vida dos ianomâmis é uma emergência, mas a discussão aqui é tentar responder algumas perguntas. Quem ganha e quem perde na ação de socorro e de grande impacto na imprensa internacional? Quem ocupará aquele território além dos ianomâmis? As mineradoras, chamadas pela imprensa de “garimpo ilegal” sairão? 

    Para tentar responder a essas questões partiremos dos agentes da “linha de frente” do imperialismo, que são as ONGs. Com a crise da CIA após a atuação supostamente “desastrosa” da Irmandade Muçulmana no Afeganistão para uma guerra por procuração contra a União Soviética e contra a Revolução Iraniana, o Departamento de Estado dos EUA criou o NED e outros três organismos de Soft Power (Poder Brando), CIPE, USAID, NDI.

    Já existiam ONGs e think tanks como Atlantic Council, RAND Corporation para guerra, sem contar a Fundação Rockfeller e até a mais antiga fundação do mundo, nos moldes da filantropia, a inglesa Sociedade Fabiana, sem contar a filantropia não institucionalizada ou personificada como existe atualmente. A fusão de instituições como Harvard, Princeton, Oxford de perfil acadêmico, com instituições para produzir inteligência de guerra e a filantropia, nasceu as ONGs dentro da burocracia dos países imperialistas, das quais o NED é marcante por utilizar parte da política de direitos humanos defendida por setores pequeno-burgueses da esquerda. 

    Sem contar a rede George Soros, composta por Open Society, Freedom House, Open Democracy e centenas de milhares de fundações e ONGs treinadas milimetricamente no mundo inteiro. A Fundação Stefan Batory é sua primeira obra de engenharia social, que em Varsóvia produziria o Solidariedade. Muitas pessoas foram recrutadas para derrubar o comunismo na Polônia a partir dos fundamentos da “defesa da democracia” e dos “direitos humanos”. Não tardou para a Polônia enfrentar uma enxurrada de privatizações e levar a uma mudança de regime completa. Esse movimento impulsionou novas ONGs a serem formadas e impulsionadas pelo NED e USAID e varrer do mapa a “cortina de ferro” e depois a União Soviética. 

    Portanto, não há dúvidas que o bilionário húngaro-americano George Soros é a linha auxiliar da CIA e inovador na tecnologia que posteriormente seria caracterizada como “revolução colorida” e também dos protestos artificiais como dos “Anonimous” e “Occupy Wall Street”. Também não resta dúvida que o NED é a CIA. Atualmente podemos incluir, além de Soros, figuras como Bill Gates, Bill Clinton, dentre outros.

    Quem ganha e quem perde na ação de socorro e de grande impacto na imprensa internacional? 

    A “questão Ianomâmi” é bastante antiga, uma das regiões-chave por onde se pode ter acesso ao Orinoco e Caribe, além de saída para o Amazonas, uma das mais ricas em minérios. Isso é o que está em disputa, justamente o solo ianomâmi-brasileiro, mas ainda vinga na região problemas de demarcação internacional. Em 1900 essa região era alvo de disputa e até hoje é instrumento de questões internas na França e Inglaterra. Eliseé Reclus foi um dos geógrafos da missão francesa para verificar as condições da região, no que resultou no mapa a seguir, que não inclui Roraima nas pretensões francesas, mas coloca o Brasil com território indefinido frente aos ingleses.

    Sentence du Conseil fédéral suisse, Anexo 1 – BGE, Département de Cartes et Plans, tiroir Amérique latine – cartes partielles 
    Fotografia: Alberto Campi (2013)  – Disponível em https://journals.openedition.org/terrabrasilis/744

    A imprensa internacional, que não apoiaria de modo algum uma guinada nacionalista mais radical de Lula, tratou a visita do presidente à Roraima sem críticas hostis (ao contrário do que fez a imprensa venal brasileira, especialmente Estadão e Folha), porém o recado dado nos jornais como BBC, NYT, Washington Post, DW, e outros jornais imperialistas, é o compromisso com a Amazônia e com o controle sobre as “mudanças climáticas”. 

    Logo após Lula deixar a região, o que vimos foi a entrada de organizações governamentais como Ação da Cidadania e Central Única das Favelas (que pretendemos futuramente colocar uma lupa sobre sua atuação), além de hospitais de campanha com militares, dentre eles, muito provavelmente especialistas “pysiop” (operações psicológicas) visando o controle da situação. Os militares estão nas mãos do imperialismo, conforme demonstrado na animosidade do general Etchegoyen, do IREE/NED, e também pela ação de desgaste do poder executivo federal.

    Quem ganha na ação, portanto, é mesmo o imperialismo, que colocará seus peões no território ianomâmi, um poder paralelo ao governo, permitindo não somente o fluxo de informações, mas também a presença das mais de 450 empresas de mineração atuantes na região, a maioria legalizadas, mas que conseguem exportar sem transferir um centavo ao País. Esse problema, que não é atual, nunca foi tratado como devido, pois uma região como essa precisa de logística, precisa de ocupação industrial nacional, precisa transferir recursos oriundos da floresta aos indígenas, que estão à míngua em todo Brasil.

    Post scriptum

    Ontem fui importunado por um cidadão de nome Rômulus Maya, que me fez uma série de acusações por causa de um artigo que questiono o uso indiscriminado e difuso do termo “guerra híbrida” por Piero Lierner. Em minhas investigações sobre a guerra nas versões Poder Brando e Poder Duro, que resultou na “batalha do Planalto” ou 8 de janeiro, compartilhei um conteúdo rico em informações sobre os militares na ação (Um domingo como outro qualquer, com Marcelo Pimentel e Piero Leirner, no Canal Carlos Alberto Jr. YouTube). Porém, como era de se imaginar, o conteúdo é limitado, pois não contempla o fundamental, o impulso colocado pelo imperialismo nos eventos.

    Nenhuma ação está fora do radar da inteligência da CIA, que além do “terceiro setor” tem seus “olheiros” na imprensa em geral. O clima criado em torno do “capitólio tropical” foi gestado para uma ação a partir de pessoas comuns, simples, que passaram por uma ação psicológica com as tecnologias fornecidas pela própria maquinaria do Poder Brando. A produção de fanáticos, pessoas dispostas a lutar por uma causa é gestada em laboratório e já foi operada desde a Iugoslávia, passando pela Ucrânia e Geórgia em 2004 (falhando na Belarus naquele ano) e chegando na famosa primavera árabe. Isso não quer dizer que foi tentado um golpe, mas o imperialismo quis demonstrar que Lula não pode ir muito além de matar a fome dos ianomâmis. Há, sem dúvida, um controle em todas as ações que só podem ser desarmadas com mobilização popular e negação da ajuda de ONGs, missionários e militares neste momento, mas uma guarda do povo e a contratação de médicos e enfermeiros entre outros funcionários públicos capazes de manter a soberania na região.

    Esquema de controle

    A CIA está mais forte do que nunca no Brasil, com os dois pés do Oiapoque ao Chuí, e Lula terá muito trabalho para diminuir o impacto das infiltrações do imperialismo, sendo uma dessas formas, romper com as ONGs financiadas pelo imperialismo e mudar as estratégias de lida com as forças armadas, não com demissões de generais, mas com olhar para o outro lado do mundo, com a cooperação com países dos BRICS, com a ampliação desse bloco de nações. O cuidado máximo na lida do uso das informações precisa passar por um novo comando desde já.

  • O Brasil em guerra não-convencional

    A última guerra que as forças armadas brasileiras defenderam o País contra um país estrangeiro foi a Guerra do Paraguai, entre 1864 e 1870 (sem mencionar as guerras mundiais, realizadas em outro território). Anteriormente, tivemos enfrentamento na Cisplatina. As demais guerras que o Brasil enfrentou foi contra os “inimigos internos”, como na confederação dos tamoios; guerras dos aimorés; guerra dos Palmares; Farrapos; Canudos; Cabanagem; Balaiada; dentre outros.  

    A partir da metade do século XX, o exército sucumbiu ao imperialismo norte-americano e se tornou um exército alinhado de primeira ordem dos Estados Unidos. A Operação Condor talvez seja o maior exemplo de submissão completa das forças armadas brasileiras ao imperialismo, quando praticamente serviu como instrumento de uma guerra por procuração contra o “inimigo interno”, a “ameaça comunista”. Anteriormente, os militares estiveram envolvidos na caça aos comunistas também em governos Vargas e Dutra, mas os “anos de chumbo” ficam marcados como ato de submissão completa aos Estados Unidos.  

    Agora, após os atos de 8 de dezembro, fica definitivamente evidenciado o papel dos militares nas operações de utilização de militantes, os chamados “patriotas”. Por lei, os militares poderiam retirar os militantes das imediações dos quartéis (não que eu esteja aqui defendendo essa medida), mas deram guarida e possivelmente apoio intelectual e de inteligência. A imprensa capitalista está junto com a esquerda, sob convocação de Flavio Dino, a dar informações sobre os “patriotas” foragidos da justiça, mas aqueles que são os donos reais das operações como a grande burguesia e os militares.  

    Quem mais estaria por trás das operações de guerra não-convencional?  

    Não há dúvidas que o Exército brasileiro responde ao Pentágono, não tem força independente nacionalista, inclusive foi essa turma que está no poder que venerava o general Sylvio Couto Coelho da Frota, que intentou golpe contra as próprias forças armadas, quando o voo do condor já estava na fase “gradual e segura” para aterrissagem. À época, o Pentágono sabia que no Brasil a aplicação da doutrina do choque poderia levar a uma conflagração sem precedentes, que não seria útil nem mesmo aos Estados Unidos.  

    Na semana passada, ousamos antecipar, com base em Korybko, importante analista geopolítico russo baseado em Washington, que a CIA está ciente dos detalhes da operação de destruição do Planalto. A invasão fugiu até mesmo ao controle de quem estava de posse do joystick. Com o governo Bolsonaro, a partir das demandas dos bilionários do desprezado pela esquerda, Fórum Econômico Mundial (o congresso da política imperialista, do que efetivamente será implantado), Aceleração da biometria, de processos de desburocratização em bancos, governos e vendas de dados públicos pelo Estado, as instituições de segurança institucional e inteligência não tem métodos próprios para controlar o “vídeo game” que Washington faz com o Brasil via forças armadas e poder judiciário.  

    Os Estados Unidos jamais deixariam os militares brasileiros demonstrarem poder sozinhos, situações de claro poder e absoluto é causa de guerra civil, assim como em Burkina Faso e Mali, portanto, é preciso ter o controle como na Somália. Os militantes chamados recentemente de “patriotas” não estavam armados, isso é verdade. Contudo, os militares estão por trás das operações psicológicas desde pelo menos 2012, quando o alto escalão das Forças Armadas investiu apoio institucional e logístico em Jair Bolsonaro, que passou a frequentar e realizar diversas visitas às tropas desde antes das jornadas de junho de 2013, naquilo que deu início à revolução colorida brasileira.   

    Essa tecnologia aplicada desde o Cáucaso e Ucrânia (2004), chegou aos países árabes em 2010 e avançou ao Brasil, culminando com 2016 (o golpe iniciou, portanto, com as operações psicológicas com tecnologia do Pentágono e da CIA). Desde 2016, a circulação da caserna brasileira a Washington é permanente. Poucas decisões militares brasileiras são tomadas em separado do imperialismo norte-americano. Se há alguém mais poderoso que o imperialismo, esse precisaria ser contido, controlado ou dançar conforme a música. Nem o bolsonarismo, nem a esquerda está fugindo ao ritmo.  

    Enfim, o que são operações psicológicas e guerra não-convencional?  

    Se a guerra já foi a continuidade da política por outros meios, agora a política é a continuidade da guerra por outros meios. Ou seja, desde o início do século XXI, a doutrina militar dos Estados Unidos se voltou para a estratégia de guerra permanente com maior do poder brando em ações psicológicas com novos meios técnicos, como a própria internet, que avançou no mundo tanto para fortalecer o desenvolvimento das forças produtivas e exploração na escala mundial, como para desenvolver um sistema de espionagem global infalível.  

    Pode-se argumentar que as operações psicológicas, poder brando e espionagem sempre fizeram parte da guerra, porém, a internet se popularizou neste século e foi posta em funcionamento rapidamente a partir do Líbano, Geórgia, Bielorrússia e Ucrânia em 2003 a 2005. Anteriormente, as demais abordagens psicológicas foram mobilizadas somente pelo fortalecimento da imprensa e fundações, como na Sérvia, Afeganistão e Iraque.  

    A abordagem do Pentágono para as ações psicológicas é a guerra não-convencional (não se trata de conceituação acadêmica, mas, militar), que de modo permanente bombardeia os países explorados com informações falsas sobre o mercado (índices de risco); chantagens comerciais; embargos em pequenas e grandes escalas, guerras comerciais entre países não hostis entre si; flutuações de câmbio artificialmente; operações de compra de empresas estatais entre outras ações.  

    Deste modo, o que ocorre no Brasil neste momento é a continuidade de uma operação militar, seguindo todos os mecanismos e estratégias definidas por Washington para manter como um país sob sua zona de influência. Embora os militares formem uma espécie de casta no Brasil, com pretensões de poder próprias, mas condicionadas à organização tática do Pentágono e das organizações federais para o controle da política externa.  

    O poder robusto, dissimulado pelas forças armadas e pelo poder judiciário, que não conseguiu expedir nenhuma ordem contra os militares, não está fora da vista dos Estados Unidos. Como já foi dito, não se pode deixar uma operação militar correr solta a ponto de os militares demonstrarem tamanha força política. Por outro lado, como já dissemos na semana passada, os Estados Unidos querem implantar todo o esquema do atual regime imperialista, como políticas identitárias e de fortalecimento das leis antiterror e até mesmo o poder judiciário.   

    Nesse ponto, a operação de ataque ao Planalto foi um grande sucesso. Moraes pode avançar em suas pretensões políticas em nome da “democracia” e defesa das “instituições” e os militares puderam se dissimular de protetora da ordem. Sobrou para membros rasos da polícia do DF e ainda por cima desmoralizou o início do governo Lula, especialmente Flávio Dino. Não é à toa que o estado de guerra mudou, a guerra não é só a tomada definitiva de Soledar em Donetsk pelos russos, mas tomar o poder desarmando o inimigo, no caso, o povo e a esquerda. Esse elemento está no tratado “Da Guerra”, de Clausewitz.  

    A esquerda avançará em suas estratégias de tomada de poder quando tiver o domínio das estratégias militares, e quando se derem conta que o objetivo do exército vencedor é forçar sua forma de poder e desarmar o inimigo, com o mínimo derramamento de sangue possível. Entretanto, por enquanto, o governo está planejando a elaboração de um “gabinete do amor”, o que não levará o governo à vitória nessa guerra, ainda mais após sancionar leis repressivas nas posses de “George Soros” na semana passada. 

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